quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Tulipa Ruiz, A Rainha das Flores


Luiz Chagas, músico de vanguarda paulista da banda de Itamar Assumpção, soube regar bem de música seus dois filhos, Gustavo e Tulipa Ruiz, e muito desse florescer veio do Grupo Rumo. As primeiras palavras cantadas que ouvi de Tulipa, foi na extinta MTV, e se eu não me engano foi naquele programa do China, o MTV Na Brasa, era bem legal; nesse programa escutei as canções dos álbuns Efêmera e Tudo Tanto.

No meio do ano passado, ainda no começo do estágio, quando ainda gravavam o programa Ensaio no Teatro Franco Zampari, tive a sorte de conhece-la.

O mapa de palco deles estava incrível. Na direita de Tulipa, tinham dois violinistas, logo atrás, ainda na direta, ficava o seu irmão Gustavo Ruiz; nas costas dela, o bateirista, o baixista, responsável pelos efeitos de computador, estava na esquerda ao fundo, e seu pai, Luiz Chagas, em sua esquerda.  

Ela e o pai dela também foram bem simpáticos comigo perguntando como estava sendo a minha experiência no programa Ensaio, trabalhando num programa onde passaram vários nomes e ainda ouvir os contos de Fernando Faro. 

Na semana seguinte uma amiga me chamou para ir num show da Tulipa em Itaquaquecetuba. Ela foi impressionante no show, e sinceramente, uma das melhores performances ao vivo que eu já vi. Lembro dela emendando uma música com a melodia de "Olha o passarinho", mas cantando outra coisa por cima e que tinha haver com Itaquaquecetuba, e aliás, ela até brincou com o nome da cidade em uma improvisação musical que fizeram. 

Tinha um bêbado do outro lado encostado no poste. Tulipa estava fazendo um bis de uma música e de repente, o gelo seco tomou conta do palco inteiro, era impossível ver a Tulipa. Quando todos menos esperavam, ela desceu do palco e apareceu no meio da galera cantando e dançando com todo mundo. Ela deixava alguns cantarem a música sozinhos, dançava... Tá, mais e o bêbado do outro lado encostado no poste? Pois é, Tulipa foi até ele para dançar, ele ficou muito tímido, e ela disse: "Você foi um dos mais animados até aqui, dança comigo?". 


Agora, outra performance incrível foi na música Víbora, canção, esta, que ela fez em parceria com o Criolo. Essa interpretação vocês podem conferir no programa Ensaio que está na integra no Youtube. Ela fez exatamente a mesma performance. 




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Mallu e o Seu Camelo

Certa vez, assisti um show do Marcelo Camelo no CEU Rosa da China. Foi uma série de show's gratuitos que o Hermano fez com banda na época.


Do repertório, o músico apresentou musicas dele com os Los Hermanos e as novas de carreira solo. Com o término do show, minha amiga conseguiu uma samambaia que estava no palco como cenário, entramos no camarim, tiramos fotos, e meus amigos pegaram autógrafos. Quanto ao assunto: Ele falou da minha barba. Comentou que é difícil, a gente faz a barba num dia e no outro já está enorme. Daí ele bateu no rostinho de bebe do meu amigo e disse que queria ter um rostinho de bebe igual daquele. Falamos de cerveja e sobre o morro, como um bom carioca que ele é, nisso, meus amigos paulistas, e ele, carioca, nos entendemos bem. 





O que eu não esperava era reencontrar ele mais duas vezes. A primeira delas, foi a mais inusitada: Fernando Faro convidou a Mallu, sim a Mallu Magalhães, esposa de Camelo, para gravar o Ensaio. Quando fui receber a Mallu e a banda, eis que o primeiro músico a descer da van, foi ele, o Marcelo. Ele foi apenas para acompanhar a sua esposa na gravação. 

O programa da Mallu ficou uma coisa linda. No palco do programa, ajudei a encher uma Pitanga inflável enorme que ficou ao fundo. A Mallu foi extremamente simpática comigo. A produtora do Ensaio disse a ela: "Mallu, o Viní tem uma foto com o Camelo e agora falta ele ter uma foto com você", então a Mallu disse: "Ah, claro, vamos tirar uma foto agora". Fiquei até sem graça, pois ela foi espontânea e me deu um abraço logo de cara. Quando terminou a gravação, ela chamou o produtor dela e lhe disse: "Não esquece de dar um CD pro Vini". Não pude deixar de pedir um autógrafo com toda essa simpatia, não é mesmo?





Uma curiosidade foi a música Janta. No programa ela conta que Marcelo lhe enviou uma gravaçãozinha da música por e-mail e quando ela escutou ficou emocionada; chorava e chorava, afinal, Marcelo Camelo foi e é um ídolo para ela. Mallu fez o trecho em inglês da canção e mandou de volta para o Camelo. Foi assim que se conheceram e que começaram a namorar. 

Marcelo Camelo e Mallu - Janta (MTV Ao Vivo)


Sobre o programa do Marcelo Camelo, já foi o segundo que ele gravou em carreira solo, além do Ensaio com os Los Hermanos. Este, ele fez sozinho com um violão. No dia da gravação ele chegou super simples e quis gravar do jeito que estava mesmo. Das músicas, uma bem curiosa, de seu avô, Luiz Souza, chamada Porta de Cinema. Trata-se de um samba bem malandro, e que ele disse que o Faro iria gostar muito.



Outra curiosidade que descobri com a o programa, é que Bebeto Castilho é parente de Marcelo Camelo. Nesta gravação, Camelo faz participação no álbum de Castilho.

Ganhei o CD/DVD Mormaço de Marcelo Camelo gravado na concha acústica do teatro Castro Alves, em Salvador. A luz deste show está belíssima, alá Fernando Faro. O show conta com a participação de um rabequeiro suiço chamado Thomas Rohrer. 

Todas essas curiosidades e muito mais, vale a pena vocês assistirem nos programas:



Programa Ensaio com Marcelo Camelo



Programa Ensaio com Mallu

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Estudando Tom Zé (Parte 3)

Finalizando os posts sobre os encontros com o Tom Zé, Parte 1 e Parte 2Estudando Tom Zé, parte três...

Tom Zé foi convidado pelo Faro para fazer a declamação do poema Pátria Minha de Vinícius de Moraes para o especial Vinícius, O poeta (Especial que eu falo no meu post "Centenário do poeta: Vinícius de Moraes."). 

Foi um sábado. No dia gravamos depoimento do Júlio Medaglia, Assis Angelo, Kika Carvalho, números musicais com a Blubell; Tom Zé seria o último a gravar. Ele chegou de carro com sua esposa, assim, já todo elétrico, cheio de ideias, ele chegou com uma mala repleta de roupas e pediu um tanque para lavar roupas, ou mais simplesmente um balde. A ideia era levar a rouba enquanto declamava o poema. Perguntei para a mulher dele se ele queria o poema numa fonte maior, e ela me disse: "Estamos falando de Tom Zé". É é mesmo, ele tinha de cor na cabeça e fez uma interpretação incrível. 

Enquanto ele explicava para o Faro e para a Lillian o que ele queria fazer, alguém do estúdio falou: Porque você não tira a rouba do corpo para lavar a roupa enquanto encena? E Tom Zé o fez. A equipe gargalhou e eu também. Quem iria imaginar? Ir trabalhar num sábado de gravação direto... E eis que me chega o Tom Zé e me deparo com ele apenas de samba canção. Fui muito, muito engraçado. 

A interpretação ficou mesmo perfeita. 

Vinícius fez o poema enquanto esteve em exílio.



"Pátria minha, saudades de quem te ama… 

Vinicius de Moraes."

E como o Tom Zé replicou na gravação: "de Moraes, de Moraes, de Moraes..."

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Centenário do poeta: Vinícius de Moraes.

Me chamo Vinícius por causa do de Moraes, mas nunca me aprofundei na obra dele, mas umas das coisas marcantes do meu ano de 2013 foi o poeta, não por ser o centenário dele (19 de outubro de 1913), e sim por conta de uma interpretação que eu fiz na faculdade e também por causa do Fernando Faro que foi tão amigo dele. 

Na TV Cultura pesquisei muitas e muitas imagens do acervo para o especial Vinicius, O poeta; foram três programas, o primeiro com depoimentos de Toquinho, trechos de uma entrevista com Tom Jobim para o programa As Nascentes, que também foi dirigido pelo Faro; belas interpretações e declamações de poema; entre as declamações, Júlio Medaglia, o maestro do arranjo da música Tropicália do Caetano Veloso, recitou "Azul e Branco" que é um poema muito complicado, e Júlio fez com maestria e Tom Zé com "Pátria Minha"; o segundo foi um MPB Especial dos anos 70' com Vinícius e Toquinho, e o terceiro e último, focou bastante a obra infantil do poetinha com um depoimento incrível de Elifas Andreato, criador de tantas e tantas capas de disco, autor da capa do disco A Arca de Noé, que tem a produção musical do Fernando Faro. Elifas conta que depois de ter escutado a música O filho que eu quero ter, ele mudou a filosofia dele de não querer ter filhos, diz também que o Vinicius disse o seguinte pra ele: "Elifas, eu conheço a tua história e se você não tiver um filho, talvez você nunca irá perdoar o seu pai", mais ou menos nessas palavras. Também foi divertidíssimo gravar crianças cantando as músicas do disco A Arca de Noé...



Enfim, a boemia, o bom humor, a poética,as parcerias, a filosofia, o bom pai, o cara que gostava tanto de crianças, o poeta mais músico deste país, todas essas formas de Vinicius sendo absorvidas por mim, me fizeram ter muita admiração por ele depois de todos os depoimentos que ouvi de gente muito próxima dele, como o próprio Faro.

Quando os programas estavam indo para o ar no mês de outubro, a partir do dia 19 (dia do aniversário dele), uma semana antes do Festival 2 minutos de Áudio e Vídeo da Universidade São Judas, fui convidado para interpretar o Vinícius numa peça que fizeram com os poemas dele; o poeta foi o homenageado no festival junto com o Charles Chaplin (centenário de obra); o tema do festival de vídeo foi "Se não tivesse o amor" (Berimbau - Vinícius de Moraes e Baden Powell). Na peça eu recitei uma letra de uma música do Vinícius de Moraes, Como dizia o poeta, após um diálogo com um cético, protagonista da história. 


Todo bom brasileiro tem algum fragmento de Vinícius de Moraes embutido na cabeça, seja por causa de uma novela com trilha de músicas dele, algum poema na escola que a professora de português passou, alguma música infantil; eu tenho Vinícius no RG, CPF, e agora tenho a sua poética no meu coração. 

"Meu tempo é quando"
 1966

O site dele está com um acervo enorme após o centenário de vida dele. Acessem e até o meu próximo post.