segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

TAG: As 10 músicas.

Mais uma TAG que a minha amada me indicou... PINK PUFFY NANA


Essa TAG funciona da seguinte maneira: Você tem de escolher 10 músicas que gosta para indicar, a cada música que você escolher, terá que dizer o porque gosta tando desse música. 

Regras: 
- Dizer de quem ganhou a TAG. 
- Mandar para no mínimo 8 blogs.
- Avisar ao blog que o escolheu. (não é obrigatório fazer a TAG)

1 - Don't Panic (Coldplay)
Não é querendo puxar o saco da namorada, mas essa BANDA marcou muito o nosso relacionamento, a nossa história, e essa música tornou-se tão mais escutada que a The Scientist. É a mais escutada por ela, e mais importante, é a mais escutada por nós dois juntos. 



2 - A Casa é Sua (Arnaldo Antunes)
Com alguns acontecimentos no mês de janeiro deste ano, essa canção grudou na minha cabeça, pois ela era tudo o que me faltava. "Não me falta cadeira, não me falta sofá... Só falta você sentada na sala, só falta você estar".



3 - Jardim do Éden (Marcelo Jeneci)
Poderia escolher Quarto de Dormir, mas pelo toque dela, e pelas lembranças felizes que essa música me traz, como o sorriso dela, eu também não poderia deixar de marcar essa música aqui. 





4 - Maluco Beleza (Raul Seixas)
Com a minha banda Loteria da Babilônia, tributo a Raul, tive várias músicas dele marcantes pra mim, mas essa, Maluco Beleza, me marcou e muito no meu aniversário/ show no Gambalaia Espaço de Artes em Santo André. Com ela eu descobri o que é ser vocalista. Sabe quando a gente se arrepia com uma música? E quando uma pessoa diz que se arrepiou ouvindo você cantar? A energia nesse dia foi tão grande, que no meio da música parei de cantar e deixei tudo por conta da platéia. Me arrepiei junto com eles.



5 - Praia de Agulhas (The Vallens)
Banda que eu toco contra-baixo. Essa é a música mais mutável do Du; a cada show ela muda de uma maneira que não sei explicar, e sinto que ela está tocando a todos da banda e também a todos os que estão escutando, da mesma maneira que toca a mim. Fizemos até um videoclip com ela.



6 - I Appear Missing (Queens of the stone age)
Essa é de 2013 mesmo. Logo que eles lançaram ela com a animação eu já dei um jeito de baixar ela; fiquei escutando essa  música o dia inteiro por alguns dias seguidos. Quando baixei o ...Like Clockwork, escutei ela mais uma centena de vezes, pois, obviamente, no CD ela está completa. 



7 - Meu Sol (Vanguart)
Já estava escutando bastante o CD Muito Mais que o Amor, e eis que no primeiro dia que escutei o álbum completo indo ao trabalho, me encontro com eles lá na TV Cultura. Estava passando pelos estúdios e ouvi as primeiras notas dessa música, levei um tempo para me tocar, e me deparei com ele passando o som para um número musical e entrevista no programa Metropolis. O Hélio foi extremamente gente fina comigo e me deu um CD para eu presentear a minha melhor amiga Gabi. Ele fez uma dedicatória assim: "O amor responde em silêncio"; acho até que ela deveria tatuar isso.



8 - The Stars (Are Out Tonight) - David Bowie
Sabe que eu nunca tinha parado para escutar um álbum inteiro do Bowie? Baixei o  "The Next Day" depois de ter visto os videoclipes incríveis que ele lançou esse ano. The Stars foi uma das músicas que mais escutei dentro das conduções. Sei lá, era legal escutar o ritmo da músico enquanto olhava através das janelas do ônibus. 



9 - Oração Ao Tempo (Caetano Veloso)
Primeiramente que essa canção gruda na cabeça, não é? Mas ela passou a ser bem marcante pra mim a partir desse ano. Gente vai e vem na nossa vida, o tempo nos traz a sabedoria. "Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos... Tempo, tempo, tempo, tempo, num outro nível de vínculo. Tempo, tempo, tempo, tempo..."



10 - Uma canção no Rádio
Ter conhecido a obra e a figura de Zeca Baleiro numa gravação do programa Ensaio, marcou essa música pra mim, que até então, não conhecia. É uma canção dele em parceria com Fagner. Zeca é um cara tão incrível que a gravação rendeu dois programas. No programa, ele faz essa música ao piano. Coisa fina. Decorei rapidamente logo depois de ter escutado ela pela primeira vez. "Que o céu me roube a luz, mas me reste a voz na noite calada"



Indicados:





Estudando Tom Zé (Parte 2)

Estudando Tom Zé, continuação...

Numa terça-feira, sai com a equipe da TV Cultura para ir até a casa de Tom Zé auxiliar a entrevista de Fernando Faro com o músico. A equipe me disse que a casa dele era bem maluca, cheia de espelhos em tudo quanto é canto, porém, quando cheguei, vi que era diferente do que disseram. Lá tem vários quadros e até capas de jornais como o The New York Times com o seu nome. Tem também algumas artes plásticas de sua autoria.



Da entrevista com Faro, Tom Zé conta sobre sua infância em Irará, interior da Bahia, e também fala um pouco sobre o comercial que ele narrou para a Coca-cola; e oras bolas, quem não toma Coca-cola? Aposto que os fãs que tanto criticaram o Tom Zé, chamando ele de vendido, publicitário, são os mesmo que preferem pagar mais de 200 reais para ver o show de uma banda internacional num festival, e dentro desse festival tomam Coca-cola a 5 reais a latinha, e não pagam 20 reais para assistir um show de Tom Zé. Hipócritas...

Bom, uma coisa curiosa que ele explica sobre a gravação da Tropicália Lixo Lógico, é que as músicas ficaram com falhas no final, da gravação mesmo, por isso elas terminam com toques de celular e encerram abruptamente. 

Tom Zé fala que Gil e Caetano foram os responsáveis por terem avançado com a nossa música numa época em que faziam marcha contra a guitarra. Foi um avanço, tipo: "Idade Média para a Revolução Industrial". Caetano, depois que ouviu o CD Tropicália Lixo Lógico, disse é praticamente uma biografia, diz que Tom era quem levava a coisa mais a sério e foi o cara com mais livre criatividade no movimento. Após David Byrne ter redescoberto Tom Zé, este "Lixo Lógico", foi o melhor álbum dele até aqui.


Quando fui tirar uma foto com ele, Tom Zé disse o seguinte: "Isso daqui é pra você lembrar e dizer... Quando eu era assistente do Faro".


É impressionante a gratidão que artistas, como o Tom Zé, tem com o Fernando Faro, afinal, o diretor, e até então meu querido chefinho, foi diretor do programa Divino, Maravilhoso da TV Tupi, com produção de Antônio Abujamra; o programa era mais ou menos aquele do Roberto Carlos, Jovem Guarda, porém, por se tratar dos tropicalistas, o Divino, Maravilhoso foi muito mais ousado. Recebeu várias críticas de conservadores e caretas da época e até mesmo vaias de políticos de cidadezinhas do interior que consideravam aquilo uma grande "agressão". 

Voltando ao nosso século, o "Lixo Lógico" de Tom Zé é apresentado no programa Ensaio de 2013. Tom começa homenageando o Gonzaga:

Eu lhe dei vinte mil réis
Prá pagar três e trezentos
Você tem que me voltar
Dezesseis e setecentos!...
Mas se eu lhe dei vinte mil réis
Prá pagar três e trezentos
Você tem que me voltar
Dezesseis e setecentos!
Mas dezesseis e setecentos?
Dezesseis e setecentos!
Porque dezesseis e setecentos?
Dezesseis e setecentos!...
Isso é um trecho da música "Dezesseis e setecentos", de Luiz Gonzaga, que Tom Zé homenageia no início do programa. Assistam e até o meu próximo post sobre o meu último encontro com ele...

Sobre o último encontro com Tom Zé, clique aqui!



quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

15 de outubro (ou setembro?) de 2007

Ele tinha a música Last Night do Puff Daddy como toque de celular e era um dos maiores conselheiros dela quando ela tinha o corte de cabelo batendo nos ombros, todos encaracoladinhos. Além de estudarem na mesma escola, moram a três quarteirões da casa um do outro. Ele, com cara de repetente, barba e costeletas. Ela, um ano mais nova, já adorava música desde então e tinha uma certa queda por baterista. Não, não, ele não era baterista, mas estava começando a tocar contra-baixo e ela acompanhou as suas primeiras notas e ensaios. Mas, quando se beijaram? Pois é, não foi na escola, nem no baile de primavera e nem no dia em que eles foram assistir Os Simpsons no cinema; naquele dia, antes de irem para o cinema, ele deixou o violão na casa dela; durante a sessão ela não se aguentava de tanto rir por ele ter ficado com câimbra nas pernas após ter deixado elas esticadas em cima da cadeira da frente, com as pernas dela em cima. Depois que o filme terminou, indo embora para casa, ficou aquele clima que todo mundo sabe como é, mas com eles sempre foi diferente, e não, não aconteceu nada entre eles nesse dia; só no dia seguinte, num sábado, ele foi buscar o seu violão na casa dela assim como a donzela esquece o lencinho com o cavalheiro; lá declarou-se para ela antes de deixa-la na catequese. O primeiro beijo dos dois aconteceu ali, na igreja, como um casamento, ou quase isso. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Jogando o Jogo do Contente com Pollyanna

Sabe aqueles livros de literatura juvenil repleto de pureza e com mensagens lindas, assim como o clássico "O Pequeno Príncipe"? 
Pois bem, terminei a minha leitura do livro Pollyanna da escritora americana Eleanor H. Porter. Descobri o livro graças a minha namorada que o comprou e se encantou; claro que eu já tinha ouvido falar muito nele, ainda mais por ter trabalhado alguns meses numa loja de livros usados. 


“O que as criaturas querem é encorajamento. Em vez de censurar constantemente os defeitos dum homem, falai às suas virtudes. Procurai tirá-lo da senda dos maus hábitos. Sustentai, fortificai o melhor do seu eu, a parte boa que não ousou ou não pode ainda manifestar-se. A influência dum belo caráter é contagiosa, e pode revolucionar uma vida inteira… As criaturas irradiam o que trazem no cérebro e nos corações. Se um homem se mostra gentil e serviçal, os seus vizinhos pagarão na mesma moeda e com juros… Quem procura o mal, esperando encontrá-lo, certo que o encontra. Mas quando alguém procura o bom, certo de encontrá-lo, encontra o bom… Dize ao teu filho Tom que sabes que ele ficará contente de encher a caixa de lenha para sua boa mãe – e veja como Tom parte satisfeito e interessado ao serviço.”

Imagine se as pessoas agissem assim no trabalho, num relacionamento, em casa, com a família? Assim, sem deveres ou obrigações e com o jeito certo de pedir... 

Esse foi o meu trecho favorito do livro, ou pelo menos um deles. 

E o Jogo do Contente? Essa é uma das lições mais lindas da historia. Pollyanna aprendeu o Jogo do Contente com o seu pai. O Jogo consiste do seguinte: Se você está indo trabalhar, mas está infeliz, pare com isso e fique contente por estar indo trabalhar, e por ter um emprego; ou, outro exemplo, se você foi andar de patins, caiu e quebrou um braço, fique contente por não ter quebrado uma perna e por não ter sofrido nada mais grave; a brincadeira do Jogo do Contente é você arrumar uma maneira de ficar contente com qualquer coisa. 

No livro, a empregada doméstica Nancy queixa-se de todas as segundas-feiras de manhã. Ela odeia segunda-feira. Pollyanna lhe ensinou a ficar contente com todas as segundas-feiras de manhã, pois assim falta uma semana inteira antes da outra segunda-feira.  É bobo, mas Nancy ri e ri disso todas as segundas-feiras deixando as segundas mais felizes.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Estudando Tom Zé (Parte 1)

Pois é, Tom Zé!

Seu nome, Antônio José Santana Martins, filho de um comerciante muito sortudo da cidade de Irará, grande Bahia, que tirou a sorte grande na loteria. Da sua carreira, ele é um dos músicos mais importantes da história deste país, e eu, tirei a sorte grande de conhece-lo graças as minhas aventuras de estagiário no programa Ensaio da TV Cultura. 

No meu primeiro dia de trabalho, 13 de maio, vi Tom Zé entre os nomes que foram gravados em abril, mas como o programa dele ficou curto (É! por mais incrível que pareça, ele falou pouco desta vez), o Fernando Faro marcou uma gravação na casa dele para terminar de preencher o programa e eu fui de assistente; enfim, isso vai me render mais de um post, por agora, vou contar sobre o Tom Zé e um pouco do seu trabalho.

Este foi o seu segundo programa Ensaio. Ele já tem um de 1990. Neste de 2013, ele fala muito sobre a Tropicália e até mesmo das origens da música popular brasileira. Não, ele não fala do samba, dos portugueses e escravos, ele vai além; ele fala sobre a origem da nossa música popular a partir do latim. 

Seu último álbum, Tropicália Lixo Lógico, tem participações de Mallu, Emicida, Rodrigo Amarante, Washington e Pélico.  O álbum, como ele explica no programa atual, é mais um de seus estudos inventivos. Como os álbuns Estudando o Samba, Estudando o Pagode e Estudanto a Bossa, por exemplo. Dessa vez, em "Estudando a Tropicália", ele aprofunda seus estudos a partir da cultura moçárabe. 




"Não recusamos
Suas equações
Mas, por curiosidade, fez-se habitual
Resolver também com nossas armas a questão -
Uma moçárabe possível solução
Tudo bem, que legal,
Resultado quase igual,
Mas a diferença que restou
O lixo lógico"
Tropicália Lixo Lógico

O movimento tropicalista foi responsável por abrir as portas da nossa cultura musical, derrubou os intelectuais, e passou a fazer o que temos em nosso sangue: A Mistura. E Tom Zé gravou o disco unânime Tropicalia ou Panis et Circencis ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes e tantos outros.

Em sua primeira participação no programa Ensaio, em 1990, Tom Zé já contava com os músicos que o acompanham há mais de 20 anos, e na época, teve The Best of Tom Zé lançado pela gravadora de David Byrne.. Por agora, assistam este programa, e no próximo post eu continuo descrevendo as minhas aventuras, e em foco, sobre a minha visita na casa dele. 

Continua no próximo post...


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Desbravando Discos: 40 anos de Krig-ha Bandolo

40 anos de Krig-ha Bandolo! Assim começo as "desbravuras" de meus álbuns favoritos aqui no meu blog.

Krig-ha Bandolo! (Cuidado, aí vem o inimigo). Este é o famoso grito do Tarzan nos quadrinhos e é o grito que da nome ao primeiro álbum de Raul Seixas.

O Disco Krig-ha Bandolo!, de 1973, é o primeiro álbum solo de Raul Seixas. Antes, ele teve o disco Raulzito e Os Panteras nos anos 60, e depois, ao lado de Sergio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star, fizeram o álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta A Sessão das Dez. Na capa de Krig-ha Bandolo!, já com a parceria de Raul Seixas e Paul Coelho, o símbolo da Sociedade Alternativa aparece na mão direita de Raul.

Um resumo histórico: A ditadura militar atingiu o seu auge nos anos 70 censurando todos os meios de comunicação, censurando músicas, torturando suspeitos da oposição e exilando artistas contrários ao regime. Em 1973, o presidente do Brasil ainda era o Médici; no mandato de Médici, além dos pontos negativos da ditadura militar, aconteceu o chamado "milagre econômico" e aparelhos de televisão e geladeira, tornaram-se comuns nas casas dos brasileiros, e em 1972, começaram as transmissões a cores na TV. 

Em 73', Raul Seixas e Paulo Coelho fizeram uma passeata pelas ruas do Rio de Janeiro cantando a música:
"Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
 E ganho quatro mil cruzeiros por mês…"
Ouro de Tolo, música que faz parte do LP Krig-ha Bandolo!, já tocava nas rádios antes mesmo do álbum ser lançado. E, é claro, como não foram anos de liberdade, a imprensa, inclusive O Jornal Nacional, exibiram, e a polícia também foi avisada.

Costumo dizer que a música Ouro de Tolo talvez seja a primeira canção de rap brasileira, ou até mesmo influenciadora, de certa forma.  Além da grande crítica cuspida na letra, a linha cantada foge totalmente da métrica da música, deixando-a, assim, o canto praticamente falado. 

Os sucessos que embalaram o disco, assim como Ouro de Tolo, também foram Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa, Al Capone, e Rockixe. Não preciso comentar sobre esses sucessos, não é mesmo? 

Quero comentar sobre algumas curiosidades: A faixa 4, Dentadura Postiça, se refere a Ditadura! 
"A estrela do céu
Vai cair
A noite no mar 
Vai cair
O nível do gás
Vai cair
A cinza no chão
Vai cair
Juízo final
Vai cair"
Dentadura foi a palavra que Raul encontrou mais próxima de Ditadura no dicionário. Assim a música passou pela censura.

A faixa 6, A hora do trem passar, é absolutamente linda, assim como a música How Could I Know, música que ele cantou em inglês também para passar pela censura. 
"It's been too long now
Since the latest "reb" has gone 
Who knows you'll be the next
To go down in history?"
E a que eu mais me perguntava, era sobre a primeira faixa, Good Rockin' Tonight, do rocker Roy Brown. A voz de criança, é nada mais nada menos que Raulzito cantando quando ele tinhas os seus 9 anos de idade. 

Ouçam o disco antológico completo no Youtube: 


Ficha técnica de Krig-Ha, Bandolo!
Gravadora: Philips (hoje Universal Music)
Gravado em 1973, no Rio de Janeiro
Produção de Marco Mazzola e Raul Seixas

Coordenação: Roberto Menescal
Duração: 28’56″